Ana Paula da Silva Matos, uma baiana de 35 anos que tentava ganhar a vida em São Paulo, foi assassinada nesta terça-feira (22) na região do Brás, em São Paulo, com dois tiros.
Feminicídio? Pode ser. Mas, nesse caso, seria um crime terceirizado, cometido por pistoleiro.
O que chamou mais a atenção neste crime foi a tranquilidade do assassino. Vestindo máscara, ele está encostado em um poste.
A Câmera mostra que ele aguarda a vítima, que provavelmente não o conhece, pois caminhava pela calçada sem reparar no algoz.
Quando ela chega bem perto, ele faz o disparo. E sai de bicicleta, tranquilamente, numa rua que é movimentada. Outro homem o acompanha de bicicleta.
O crime choca por parecer algo banal. Como se o assassinato fizesse parte da rotina da cidade. Assim como, naquela região, locutores anunciam ofertas, atrás do poste tem um homem armado à espera da vítima.
A morte de Ana Paula tem tudo para se transformar em mais um caso não esclarecido pela polícia. Ela era pobre.
Segundo o Instituto Sou da Paz, seis em cada dez homicídios na cidade de São Paulo não são esclarecidos, a esmagadora maioria das vítimas dessa impunidade é um rosto na multidão, sem sobrenome famoso, nem dinheiro no banco. A vida em São Paulo, sob certo sentido, está em liquidação.
Ana Paula deixa uma filha de 15 anos.
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