Publicado
1 ano atrásno
Por
Jussara Melo
No primeiro semestre deste ano o Amazonas registrou 118 casos de vitiligo, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) que faz um alerta para o avanço da doença no estado. A patologia causa perda de pigmentação em áreas específicas do corpo, resultando em manchas brancas na pele, conhecidas como lesões cutâneas de hipopigmentação.
Essa condição se caracteriza por manchas brancas de tamanho variável na pele, resultando em uma diminuição da cor nessas áreas. O vitiligo pode afetar pessoas de todas as idades, raças e gêneros, e embora não seja uma condição grave em termos de saúde física, pode ter um impacto emocional significativo, afetando a autoestima e qualidade de vida dos pacientes.
O dermatologista e diretor clínico da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), Renato Cândido, fala do impacto social que o paciente sofre quando convive com a doença.
“Tentamos minimizar esse preconceito e impacto social com maquiagem de camuflagem e tentar explicar para o paciente que ele não está sozinho. Também é importante ressaltar que o vitiligo não é uma doença transmissível”, explicou.
A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. O médico explica como funciona o aparecimento das manchas no corpo. “Na grande maioria dos casos, o vitiligo tem início por uma mancha que chamamos de ‘mancha acrômica’, ou seja, uma mancha que perdeu totalmente a cor da pele. O termo ‘acromia’ refere-se à ausência de cor, enquanto ‘hipocromia’ é quando ocorre uma diminuição da cor da pele. Muitas vezes, o vitiligo começa por uma mancha hipocrômica”, pontou.
O vitiligo é uma doença de difícil tratamento, mas que, em alguns casos específicos, os cuidados podem quase anular a proliferação das manchas. O dermatologista destaca que, quando tratado no início, tem mais chances de desacelerar o avanço da doença.
“Quando detectado no início, podemos fazer um tratamento que envolve o lado da nossa imunidade e da nossa pele, com medicações imunossupressoras que tentam coibir a progressão dessa doença. Portanto, temos a possibilidade de controlar e, em muitos casos, curar o vitiligo, dependendo da extensão e localização das manchas”, finalizou.
Segundo a SES, que não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar vigilância periódica da pele e recorrer ao dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação.
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