Publicado
2 anos atrásno
Por
Jussara Melo
O assessor pessoal do jogador Vinicius Junior denunciou ter sido vítima de racismo na tarde desse sábado (17/6) no Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona, na Espanha, onde a seleção brasileira enfrenta Guiné, em amistoso.
Felipe Silveira, negro, de 27 anos, diz que ao passar pela catraca da entrada, foi abordado por um segurança que o revistou, em procedimento padrão. Porém, neste momento, o funcionário do estádio teria tirado uma banana do bolso e falado: – Mãos para cima, essa daqui é minha pistola para você. Imediatamente, Felipe e outros três membros da equipe de Vini Jr que estavam com ele se revoltaram e chamaram a polícia.
A partir disso, foi iniciada uma confusão, testemunhada pelo jornalista Eric Faria, juntamente com a equipe do Globo Esporte que imediatamente começou a filmar a ação. A reportagem pôde ver e registrar em vídeo a banana no bolso do segurança.
Uma outra funcionária da segurança tentou tirar o homem do local, mas os membros da equipe de Vini Jr não deixaram ele sair. O segurança nega ter feito qualquer ofensa racista. O nome dele ainda não foi informado e o caso segue em apuração.
Há câmeras de segurança no local, e o estafe de Vini Jr pede que as imagens gravadas sejam analisadas. O estafe de Vini Jr diz que irá procurar as autoridades policiais de Barcelona para formalizar uma denúncia após o jogo.
O amistoso entre Brasil e Guiné é marcado por uma série de ações antirracistas da CBF. Uma delas é o uso de uniforme preto pela Seleção no primeiro tempo. Além disso, os jogadores se ajoelharam, e o estádio fez um minuto de silêncio antes da partida.
Depois da partida, a CBF se manifestou sobre o caso por meio de nota, confira:
“A Confederação Brasileira de Futebol, ao tomar conhecimento do episódio de racismo por que passou o assessor e amigo pessoal do jogador da Seleção Brasileira Masculina de Futebol, Vinícius Jr, o empresário Felipe Silveira, que, segundo relatos, ocorreu antes da partida, em um dos acessos ao estádio, tomou providências imediatas e, na mesma hora, solicitou a polícia e aos organizadores do jogo que dessem todo o apoio e amparo a mais uma vítima de racismo, um crime que precisa ser combatido de forma veemente e sem descanso. O episódio, inclusive, foi presenciado por jornalistas presentes ao amistoso.
‘O combate ao racismo, um crime que precisa cessar em todo o mundo, é também o motivo pelo qual estamos aqui. O mesmo motivo que levou o presidente da FIFA, Gianni Infantino, a vir de Zurich até aqui. E foi também por isso que a nossa Seleção jogou o primeiro tempo da partida de preto. É um manifesto, é uma bandeira, é uma missão banir do futebol mundial não só o racismo, como toda e qualquer forma de violência, dentro e fora dos estádios . Temos recebido a solidariedade de todos os companheiros de Federações e Confederações do mundo inteiro, querendo se juntar ao Brasil nessa luta. E hoje, mais uma vez, mais um criminoso foi exposto publicamente’ afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.”
Além de assessor, Felipe Silveira é amigo de infância de Vini Jr.
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