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2 anos atrásno
A mulher que confessou ter matado o marido e escondido o corpo dele dentro do freezer relatou ter tido uma vida marcada por abusos e abandonos desde os primeiros anos de vida.
A pedagoga Claudia Tavares Hoeckler, 40, afirma ser filha de uma garota de programa, ter sido criada por uma desconhecida nos primeiros anos de vida e engravidado na adolescência. Além disso, iniciou os estudos tardiamente, foi abusada sexualmente pelo padrasto e nunca conviveu com o pai.
Ontem, horas antes de ser presa —a Justiça catarinense já decretou a prisão temporária de Claudia—, ela afirmou que se sentia “mais livre do que nunca”. O último de seus agressores, segundo ela, foi o marido com quem viveu por mais de 20 anos: Valdemir Hoeckler, 52. Ela disse ao canal Beto Ribeiro, no YouTube, que, na noite anterior ao assassinato, foi agredida e ameaçada de morte pelo motorista.
O casal morava em Lacerdópolis (SC), oeste do estado, quando Claudia matou o marido asfixiado enquanto ele dormia sob efeito de medicamentos no dia 14 de novembro, antes de esconder o seu corpo no freezer.
O corpo do motorista só foi encontrado no último sábado (19), cinco dias depois do crime. Ela alegou que era vítima de agressões e ameaças de morte do marido, com quem tinha um perfil conjunto em uma rede social.
Claudio Dalledone, advogado de Claudia, afirma que irá pedir para que a pedagoga responda ao processo em liberdade.
“Vamos colocar todas as circunstâncias para que a juíza da comarca fique sabendo de todo esse cenário de horrores [que ela vivia] e vamos pedir para que a juíza imponha condições para que ela responda esse ato em liberdade”, disse ao UOL Notícias.
O advogado define sua cliente como “uma mulher maltratada e violentada, física e psicologicamente que, para preservar sua vida, matou”.
Contudo, ela tentou deixar o marido em 2019, quando procurou a Polícia Civil para denunciá-lo. “Eu pedi medida protetiva. Mas o que é um boletim de ocorrência? Se o homem chega lá e te agride, aí você chama a polícia. E, quando a polícia chega, você já está morta. Essa é a realidade. É ou não é?”, questionou.
Depois disso, ela voltou a se acertar com Valdemir, que pediu que ela retirasse a queixa. Ela obedeceu.
Mas a relação de ciúme e possessão se agravou nos últimos anos, segundo ela. “Eu não tinha vida própria. Não podia nem sair com as amigas. Eu ia no salão e tinha que sair com cabelo molhado porque ele estava enchendo o saco. Porque eu estava demorando.”
A gota d’água. No dia 13 de novembro, um dia antes do crime, Claudia tinha ido em uma confraternização com outras professoras. Ela fez questão de informar todos os passos ao marido, com mensagens, chamadas de vídeo e fotos mostrando onde estava.
“De repente, ele aparece lá na pizzaria. Algumas pessoas deram risada.”
Mas a gota d’água foi uma viagem que ela faria com as colegas. “Ele me bateu e disse que eu não iria. Que, se eu fosse, ele iria me matar. Então, eu falei para as meninas que estava com dor de garganta.”
Dia do crime. Ela relata que, no domingo, tentou convencer novamente o marido a deixá-la viajar na segunda-feira pela manhã. Mas, de acordo com Claudia, Valdemir disse que se acordasse e não visse a esposa, a mataria quando ela voltasse para casa.
Diante da negativa e da ameaça, Claudia disse que “teve um surto”: Eu pensei: “já que alguém vai morrer, então seja você”. Após dar remédios para dormir ao marido, junto com outros medicamentos de rotina, ela esperou ele adormecer e cobriu sua boca e nariz com uma sacola de supermercado.
Enquanto o asfixiava, pensou em parar, relata, mas disse que desistiu porque, “se eu parasse e ele acordasse, ele iria me matar. Era ou ele”.
Conselhos para amigas. Claudia relata que, apesar de viver um relacionamento abusivo, era responsável por aconselhar as amigas.
Eu dizia que elas não deviam deixar os homens mandarem nelas, que eles não podiam ser agressivos. Eu dizia, mas elas nem imaginavam o que eu passava
Livre de abusos. Agora, a pedagoga se considera uma mulher livre — apesar de confessar um homicídio. Ela afirma que se sente um monstro, mas acredita que sua história pode ajudar outras mulheres que “sofram o que ela sofreu”.
Eu espero que algumas mulheres estão no começo, ou que estejam no mesmo que eu passei, que veja a minha história e não repita
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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