De acordo com registros populares os fatos ocorrentes nesta lenda aconteceram no estado de Minas Gerais, na cidade de Ouro Preto, por volta 1900, século XX.
Certa noite, quando já estava deitado, João Leite, um zelador querido em toda região, se deparou com luzes na Igreja de Nossa Senhoras das Mercês de Cima, que fica ao lado de um cemitério. Em sua mente, ele imaginou que fossem ladrões e foi investigar.
Ao entrar no recinto do templo, João foi surpreendido com a presença de fiéis, lustres acesos, temperatura baixa e um padre prestes a celebrar uma missa. Ele achou estranho o fato de que todos naquele lugar estarem com roupas escuras e com a cabeça baixa. No entanto, tudo parecia ser somente uma cerimônia religiosa tradicional, com cheiro de incenso no ar, altar arrumado, e um silêncio sepulcral.
Outro fato que o zelador achou estranho foi o horário que aquela missa estava acontecendo, sem ninguém avisá-lo. Passado-se algum tempo lá dentro, de repente, um frio esquisito tomou conta de seu corpo inteiro e logo seus braços começaram a ficar arrepiados, foi quando ouviu-se do padre as palavras “Dominus Vobiscum”.
Curioso para olhar a face do padre, o zelador observou que seu rosto de uma caveira, e que os coroinhas também não passavam de esqueletos usando roupas mortalhas. Deparando-se com estas coisas macabras, João Leite saiu daquele lugar rapidamente e se deparou com a porta do cemitério totalmente aberta. Ao chegar em casa, estava desorientado e no seu quarto ficou ouvindo ainda aquela missa de outro mundo.
Esta lenda também é conhecida como Missa das Almas, ou Missa da Almas Penadas, uma origem provável para ela, seria europeia, na idade média. Os romanos antigos, eram crentes que os parentes mortos se reuniam. Outra crença também conhecida é a dos Mouros espanhóis, que comemoravam a Festa dos Mortos, com objetivo de espantar os fantasmas errantes dos antepassados. Em Portugal é conhecida como “A Missa das Almas”, e na Espanha como “La Misa de las Animas”.
Foto: Divulgação