O clima continua quente entre o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e os Bolsonaros. Na última sexta-feira (22), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) xingou os irmãos Abraham e Arthur Weintraub de filhos da Puta e Weintraub ficou mordido e resolveu responder no Twitter neste sábado (23.abr).
“Aguardo o @BolsonaroSP me procurar, após ofender minha falecida mãe […]. Quer conversar em particular? Debater em público? Cedo ou tarde irei te encontrar (e isso não é ameaça de violência física) e você não vai gostar“, disse Weintraub.
O congressista xingou os irmãos depois de eles criticarem o decreto do presidente Jair Bolsonaro (PL) que anula a pena do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O ex-assessor especial da Presidência da República Arthur Weintraub havia dito que o perdão a Daniel Silveira criava “precedentes péssimos”.
“Depois você vai querer comparar o que aconteceu com o Daniel com um cara lá na frente que estiver condenado por corrupção, lavagem de dinheiro, falar ‘não, isso aqui também, já tem o precedente’. É impressionante, nunca pensei que ia ver uma coisa dessas.”, disse Arthur.
“A gente tá [na] guerra e o cara me falando em precedente, como se nunca um corrupto tivesse recebido indulto e agora o instrumento tenha sido utilizado para seu fim: soltar um inocente. E quem fala são os irmãos que saíram do país para se livrar desta perseguição. São uns filhos de uma puta! Desculpa, mas não há outra palavra”, declarou o filho 03 do chefe do Executivo.
Em resposta, Abraham Weintraub declarou que sua “falecida mãe” era médica e “mulher honesta” e que a mãe de Eduardo Bolsonaro também era “decente e honesta”. Disse ser favorável à liberdade de Silveira e que o vídeo publicado pelo deputado havia sido cortado “na maldade”.
O STF determinou a perda do mandato de Silveira e a suspensão dos seus direitos políticos enquanto durarem os efeitos da pena. O congressista pode recorrer.
Contexto
O presidente Bolsonaro concedeu na 5ª feira (21.abr.2022) graça constitucional ao deputado Daniel Silveira. Ele havia sido condenado pelo STF na 4ª feira (20.abr) por declarações contra os ministros da Corte. A pena foi de 8 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado. Eis a íntegra do decreto (522 KB).