Logo que entrou na sala de embarque em Nova York, o empresário Eike Batista postou-se em um canto, ao lado de cadeiras vazias de engraxate, e não largou o celular. Até então, poucos dos presentes o notavam, uma vez que ele estava ocultado inclusive por uma pilastra com um chamativo letreiro do musical Chicago, que, ironicamente, passa no submundo do crime.
Eike não usou a sala VIP e, mais tarde na entrevista, disse que não costuma fazê-lo. Após um tempo no corredor, começou a ser reconhecido, especialmente após ser abordado pela reportagem do GLOBO. As reações eram diversas. Eike posou para algumas selfies. Alguns passageiros o elogiavam e, embora dissessem não querer estar na pele dele, destacavam seu empreendedorismo. Outros, os atacavam. Um chegou a zombar:
– E aí, vai tomar Catuaba Selvagem lá com teu colega Cabral?
Muitos brasileiros tiravam fotos à distância e um casal alertava antes do embarque para um grupo de jovens que queria entrar no avião bradando: “Uh, uh, uh, direto pra Bangu”.
No salão de embarque, Eike admitiu não ter ensino superior completo. Segundo ele, após completar dois anos de estudo, “saiu para trabalhar, para ganhar dinheiro”. Durante a conversa, o empresário elogiou reiteradas vezes o presidente americano Donald Trump e o prefeito de São Paulo, João Doria, ambos empresários que entraram para a política no ano passado.
O empresário diz gostar do estilo de Trump e disse que o prefeito da capital paulista conquistou R$ 150 milhões de forma metódica.
O voo chega ao Rio na manhã desta segunda-feira – Henrique Gomes Batista / O GLOBO