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4 anos atrásno
O funcionário de uma loja de doces obrigou uma menina negra de 11 anos a levantar a blusa e provar que não havia furtado nenhum produto no estabelecimento. Segundo o relato do próprio empregado, quando pediu desculpas à família, a criança despertou suspeitas por causa da cor e do cabelo crespo.
De acordo com informações do Uol, o caso aconteceu no mês passado no bairro da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, mas repercutiu recentemente nas redes sociais após a irmã mais velha da vítima relatar o caso na internet.
“Ele falou na maior naturalidade que eles precisam desconfiar mesmo, pois no local descem muitos meninos e meninas de comunidade para furtar a loja e que ele desconfiou dela por conta da cor e do cabelo black que havia caído no rosto quando ela abaixou”, contou a irmã da vítima.
Segundo o veículo, a criança havia ido até a loja sozinha a pedido da mãe para comprar pipoca para o aniversário da irmã mais nova, de 3 anos.
“Ela estava enrolada com a bolsa de dinheiro na mão, celular, e os saquinhos de pipoca que eram muitos. Aí, ela pôs o celular no bolso e se abaixou. Ele chegou perguntando se ela tinha pego algo. Minha irmã disse que não fez nada. Mesmo assim, ele a mandou levantar a blusa. Foi quando ela começou a chorar, juntou um monte de gente no mercado, porque o local estava muito cheio. Ela ficou constrangida, envergonhada.”
A irmã da menina contou que a família acionou a polícia, que informou não poder deslocar uma viatura ao local e orientou a fazer um boletim de ocorrência na internet. O caso foi registrado.
“Ela não quer mais sair de casa nem comprar mais nada sozinha. Ela fica me perguntando o motivo disso ter acontecido com ela”, disse a irmã.
O caso ocorreu no UFA Atacadão de Doces, que ainda não se pronunciou sobre o caso de racismo.
“A gente entende que está diante de um caso de racismo. O que houve foi uma abordagem motivada por estereótipo, já que o funcionário falou para a família que muitas crianças de cor cometem crimes naquela região. Houve um constrangimento ilegal com um fator agravante da vítima ser uma criança. Identificamos também outra falha que é a polícia ter informado que não poderia enviar uma viatura ao local, sendo que é dever do Estado também proteger a criança”, declarou o advogado da família, dizendo que a loja será acionada nas áreas civil e criminal.
Segundo o advogado, a criança apresenta mudança de comportamento após o fato.
“É uma criança que já faz acompanhamento psicológico por outras dificuldades e agora precisa lidar com isso tudo que aconteceu. Ela está mais arredia depois do fato.”
Sou repórter, comediante Stand Up e apaixonado pelo regionalismo Amazônico. "Onde tiver uma fuleragenzinha, ali eu estarei"
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