A ex-primeira dama do Estado, Nejmi Aziz (PSD) tinha duas chances de voltar à política amazonense como deputada estadual. Primeira suplente de sua coligação em 2018, ela poderia substituir Ricardo Nicolau, seu correligionário, se ele fosse eleito prefeito de Manaus, mas a vaga veio de Iranduba, onde outro deputado eleito no mesmo grupo que ela, Augusto Ferraz (DEM), foi eleito prefeito.
Ferraz deve renunciar no dia 31 de dezembro para assumir a Prefeitura no dia seguinte. Empresário, ex-garçon, ele está no segundo mandato de deputado estadual. Sua eleição se deve a uma combinação improvável de fatores. No início da campanha o favorito para vencer a disputa, o ex-prefeito Nonato Lopes (MDB) faleceu, vítima da Covid-19. A esposa dele, Graça Lopes (MDB) decidiu sair substitui-lo como candidato, mas não logrou êxito na transferência de votos.
Restou então uma disputa direta com Alain Cruz (PSC), que teve o apoio do governador Wilson Lima, seu correligionário. Todas as pesquisas indicavam a vitória deste até as vésperas da eleição, quando Ferraz arrancou para a vitória com uma campanha considerada “profissional” na reta final.
Nejmi foi presa em julho do ano passado em uma das fases da Operação Maus Caminhos, acusada de participar da organização criminosa que desviou recursos federais da Saúde do Estado. Ele ainda responde pelas acusações. Mesmo assim, não é considerada ainda inelegível, uma vez que não foi condenada, e está com os direitos políticos assegurados. Ela obteve 19.959 votos em 2018.