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1 ano atrásno
Os rios e afluentes da Amazônia abrigam uma vasta variedade de criaturas exóticas e surpreendentes, e entre elas, destaca-se o Aruanã, também conhecido como Sulamba ou Macaco D’água. O Aruanã é encontrado amplamente na Amazônia, em rios, lagos igarapés e matas inundadas, onde são conhecidas duas espécies (Osteoglossum bicirhossum e O. ferreirai). Esse peixe de beleza ímpar e comportamento intrigante cativa a atenção de biólogos, pescadores e entusiastas da vida aquática. Com suas adaptações únicas e características peculiares, o Aruanã é um verdadeiro tesouro das águas amazônicas.
O nome “Aruanã” deriva do termo tupi “aruanãna”, que significa “peixe saltador”. E, de fato, essa espécie é conhecida por sua habilidade incrível de pular fora da água em busca de presas ou para escapar de predadores. Esses saltos podem atingir alturas impressionantes, às vezes superiores a dois metros, o que é uma façanha notável para um peixe. Essa característica rendeu ao Aruanã o apelido de “Macaco D’água”, pois seus saltos lembram os movimentos ágeis e brincalhões dos macacos.
O Aruanã é um predador ágil, alimentando-se de pequenos peixes e crustáceos, além de insetos e aranhas, podendo saltar para fora d´água para apanhá-los em galhos e folhas na vegetação de áreas alagadas. Durante sua reprodução, assim como em outras espécies, os ovos após a postura e fecundação, são cuidados pelo pai que os mantém na boca até o amadurecimento completo das suas larvas (filhotes).
Uma das características mais marcantes do Aruanã é a sua capacidade de respirar ar atmosférico. Isso se deve à presença de um órgão especial chamado bexiga natatória vascularizada, que funciona como uma espécie de pulmão primitivo. Quando as águas amazônicas estão com baixo teor de oxigênio, devido à variação sazonal ou a outras condições ambientais, o Aruanã pode emergir à superfície e “engolir” ar para complementar suas necessidades respiratórias. Essa adaptação única é essencial para sua sobrevivência em um ambiente frequentemente desafiador.
Por este comportamento, acaba sendo presa fácil na pesca predatória para coleta e comercialização de seus filhotes para o mercado internacional de peixes ornamentais, atividade em contínuo debate legal pelos impactos que causam sobre a sobrevivência das espécies.
A coloração do Aruanã também é digna de nota. Sua pele é coberta por escamas prateadas que refletem a luz de maneira deslumbrante, criando um efeito cintilante enquanto ele nada. Além disso, suas nadadeiras são longas e elegantes, conferindo-lhe uma aparência majestosa. Essas características tornam o Aruanã altamente cobiçado por aquaristas em todo o mundo, levando à sua captura para o comércio de aquários.
Na mitologia e cultura amazônica, o Aruanã também possui um papel significativo. Ele é frequentemente associado a lendas de seres míticos e espirituais, sendo considerado um mensageiro entre o mundo aquático e o mundo terrestre. Em algumas narrativas indígenas, o Aruanã é visto como um guardião dos rios, alertando sobre mudanças no ambiente aquático.
Infelizmente, a população de Aruanãs enfrenta desafios devido à degradação ambiental e à pesca predatória. A perda de habitat e a exploração excessiva podem levar a uma diminuição drástica de suas populações. A conscientização sobre a importância da preservação do ecossistema amazônico e a promoção de práticas de pesca sustentável são fundamentais para a proteção dessa espécie única e sua biodiversidade circundante.
Em resumo, o Aruanã, também conhecido como Sulamba ou Macaco D’água, é um peixe amazônico que encanta pela sua capacidade de saltar, respirar ar atmosférico e pela sua beleza iridescente. Sua presença na mitologia e cultura local enriquece ainda mais sua importância na região. No entanto, a necessidade de conservar seu habitat e adotar práticas de pesca responsáveis é crucial para garantir que as futuras gerações possam continuar admirando e estudando esse magnífico habitante das águas amazônicas.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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