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2 anos atrásno
Nesta semana, após o anúncio do resultado final, a presidente do Partido dos Trabalhadores e deputada federal Gleisi Hoffmann deu entrevistas e seu olho vermelho chamou bastante a atenção. A pergunta “O que aconteceu com o olho de Gleisi Hoffmann?” foi intensamente feita nesses últimos dias. A primeira aparição com o olho assim foi na noite de segunda-feira (31), quando o Jornal Nacional (TV Globo) veiculou o trecho de uma coletiva de imprensa.
Em outras aparições públicas na terça-feira (1) ela também estava com a mancha na “parte branca” do olho esquerdo. O quadro pode ser um vazamento de sangue ocular, tecnicamente conhecido como hemorragia subconjuntival, caracterizado por acúmulos do líquido vermelho sob a membrana transparente (a conjuntiva) dos olhos. A mancha pode assumir diferentes tamanhos e formatos, mas geralmente cobre apenas uma parte da superfície ocular.
O tipo mais frequente de sangramento na região é o chamado hiposfagma, popularmente conhecido como “derrame ocular“.
“O sangue não anda espalhado, ele anda por meio de vasos, como se fossem avenidas ou rios, e algumas alterações do corpo podem fazer com que esses vasos se rompam, o que faz com que o sangue extravase para a ‘parte branca’ dos olhos. É por isso que as pessoas chamam o quadro de derrame ocular, porque o sangue realmente ‘derrama’, ou seja, se espalha”, explica a oftalmologista Danyelle Medeiros, do grupo HRO (Hospital de Referência Oftalmológica), no Maranhão.
Segundo a médica, além do incômodo estético e de uma leve sensação de coceira, o quadro não causa nenhuma alteração oftalmológica significativa. Pelo fato de o sangue não envolver a córnea (a camada clara na frente da íris e pupila) ou interior do olho, a visão também não é afetada.
Apesar de não provocar nenhum dano para os olhos, Medeiros explica que é importante investigar o motivo que levou ao derrame ocular.
A hemorragia pode parecer assustadora, mas quase sempre é inofensiva e resulta, na maioria das vezes, de algum esforço que aumentou a pressão intra-abdominal ou intratorácica, como crises de tosse ou espirros, exercícios físicos de alta intensidade ou dificuldades na evacuação.
No entanto, como os vasos sanguíneos presentes nos olhos têm um pequeno calibre e são bastante finos, a médica explica que eles são mais propensos a sentir possíveis alterações na pressão das artérias —os vasos sanguíneos que promovem o transporte do sangue do coração para os tecidos.
“Por isso, o derrame ocular também pode indicar alterações cardiológicas importantes, como picos hipertensivos, então é recomendável fazer a triagem com o cardiologista quando ele surgir, principalmente se a situação for recorrente e a pessoa já tiver histórico de problemas cardíacos na família”, afirma a oftalmologista.
O estresse, diz ela, é outro fator que pode levar ao aumento da pressão arterial e, consequentemente, causar o rompimento dos pequenos vasos sanguíneos dos olhos.
Hemorragias subconjuntivais normalmente não precisam de nenhum tipo de tratamento: elas desaparecem espontaneamente, geralmente dentro de duas semanas.
“Eu costumo explicar aos pacientes que o derrame ocular é como se fosse um hematoma do corpo, que fica bem vermelho, com um sangue vivo aparente, como se fosse aquele roxo que surge quando nos machucamos, e que vai desaparecendo com o passar dos dias”, compara Medeiros.
Se a vermelhidão estiver incomodando, é possível fazer compressas com água gelada. Em alguns casos, o oftalmologista também pode indicar algum lubrificante.
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.