Padre Zezinho anunciou que vai se ausentar das redes sociais e o motivo da saída seriam ofensas feitas por Bolsonaristas contra ele, o Papa Francisco e Bispos, além do desrespeito contra Igreja Católica na campanha feita por Bolsonaro e seus apoiadores. Os ataques vão desde calúnias, a agressões verbais com palavras de baixo calão e xingamentos.
Por não concordar com o uso da Igreja católica para fins políticos e por não aceitar ideias de extrema direita o Padre Zezinho foi chamado de “comunista, traidor de Cristo e da Pátria”. Em resposta as agressões, o sacerdote anunciou na última sexta-feira (14/10) a saída temporária das redes sociais.
A atitude acontece dois dias após registros de tumulto na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), no dia da Padroeira do Brasil quarta-feira (12/10), quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) tumultuaram a missa no santuário com gritos de apoio a Bolsonaro, vaiaram um sacerdotes e agrediram fisicamente funcionários da TV Aparecida.
A confusão generalizada nunca havia sido registrada em qualquer evento na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, até o momento que Bolsonaro chegou. O candidato a reeleição participou da missa, comungou enquanto apoiadores dele, vestidos com a camisa da seleção brasileira faziam arruaça na porta da igreja, alguns até com bebidas alcóolicas nas mãos.
Mediante toda essa situação Padre Zezinho se pronunciou. “Cansei de abrir espaço para católicos super politizados, irados e insatisfeitos com nossa Igreja. Estou me retirando até dia 31”, escreveu em uma postagem. “Não querem catequese, nem o Vaticano II, nem os documentos da CNBB , nem nenhuma orientação social e espiritual. Já escolheram ser catequizados por dois poderosos políticos brasileiros”, disse.
“Meus 81 anos, meus 56 anos de padre, meus 102 livros, minha cultura religiosa, minhas mais de 2 mil canções nada dizem para eles. Insistem que não lhes sirvo mais como padre e pregador para eles. (…) A Bíblia nada lhes diz. Só conhecem as passagens políticas que ajudem o seu partido. Padre bom é o que vota como eles”, desabafou.
Nos comentários, alguns seguidores do líder religioso lamentaram os ataques e desejaram força e coragem para o sacerdote.
Ainda na postagem, Padre Zezinho alertou que os eleitores de Bolsonaro não aceitam “nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e ecumênico”, e que somente no dia posterior às eleições, 31 de outubro, voltará a conversar com os “católicos serenos” que “ainda querem catequese espiritual e social e comportamental”.
Padre Zezinho sofre diversos ataques de Bolsonaristas e abandona as redes sociais: ‘Não lhes sirvo mais como padre’ – Imagem: Divulgação