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Manaus, AM, sexta, 22 de novembro de 2024

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Soldado da borracha de 108 anos resiste e espera por seus direitos

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O Governo Vargas prometeu, sua família veio para Amazônia para ajudar a explorar a seringa, para trabalhar no “Esforço de Guerra”- Nordestinos que ,para produzir a borracha que faltava ao mundo, atravessaram as piores agruras em nome do Brasil, da Campanha da Borracha, contra o Nazismo e os países do eixo.

Distante da Capital Federal, mais de 3.200 km separam Senhor Juvêncio do centro nervoso de Brasília – Praça dos Três Poderes, lugar onde está localizado o Panteão, o livro que guarda gravado o nome dos Hérois do Brasil, repousa em silêncio guardando a “Memória” daqueles que serviram para o engrandecimento da nação. Neste memorial, também está reconhecida a valorosa contribuição que os soldados da borracha deram à nação.

As notícias deste soldado da borracha vem da cidade de Boca do Acre, interior do estado do Amazonas, vivendo isolado em um quarto de uma humilde residência de madeira, localizada no Bairro Macaxeiral. O antigo seringueiro recebe visita do Sindicato dos Soldados da Borracha de Rondônia. Em conversa, Juvêncio, com a voz quase imperceptível, fala das dificuldades e sofrimentos do tempo dos antigos seringais, das madrugadas a fio que dedicara à produção da borracha, das onças, cobras e bichos brabos que enfrentara para garantir a cota de borracha exigida pelo patrão e pelo governo do Brasil.

Com muita simplicidade, Senhor Juvêncio ergue a bainha de sua calça e mostra as cicatrizes de um ataque sofrido por um Jacaré – Açu, fato ocorrido quando trabalhava em um seringal na calha do rio Purus. Na época, perdia ele , no início de uma manhã, parte do solado de um de seus pés e carregaria, a partir de então, uma dolorosa lembrança para o resto de sua vida.

Cego em decorrência de várias décadas de uma vida dedicada à defumação da borracha, senhor Juvêncio , aos 108 anos de idade, resiste bravamente, seja enfrentando doenças respiratórias, seja lutando contra inflamações constantes em seus olhos.

Doente, o ex-seringueiro gasta a maior parte do benefício que recebe no tratamento da saúde, sem plano de assistência médica ou acesso a um atendimento de saúde pública de qualidade. Este considerável soldado da borracha, nestas circunstâncias, segue o pouco da vida que ainda lhe resta sendo herói apenas no Livro da Pátria em Brasília, e esquecido no reconhecimento econômico pelo Brasil, em um lugar que antes fora um dos “Front da Borracha”, atual cidade de Boca do Acre , estado do Amazonas.

Sob um gesto de curiosidade e um sorriso de satisfação quanto à visita do sindicato, senhor Juvêncio finaliza a conversa demonstrando querer saber algo mais, em uma pergunta exclamava: E o dinheiro dos soldados da borracha está perto de sair? O Brasil vai reconhecer o que nos fizemos? Olhares se cruzavam, instante de silêncio, com um aperto de mão simbólico e palavras de agradecimentos , Juvêncio se despedia, informado por representantes do sindicato que a Ação Judicial dos soldados da borracha ainda corria no STJ. Na companhia de seu filho Raimundo, o velho seringueiro resiste ao revés da idade avançada, mostrando ainda na sua notável temperança , esperança em ser reconhecido economicamente pelo Brasil, pelo trabalho que fez à nação.

Segundo o Vice-presidente do sindicato, George Telles, que viajou até o Amazonas para visitar o soldado da borracha, há uma profunda preocupação quanto à celeridade da ação dos soldados da borracha na justiça, pois os últimos seringueiros que trabalharam na época da guerra, em idade bem avançada, já não podem mais esperar.

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Afirma o sindicalista que a Lei Nº 13.466 , de 12 de julho de 2017, assegura prioridade especial aos maiores de oitenta anos, e com essa Norma Jurídica a entidade que representa os soldados da borracha vem pedindo agilidade junto à justiça brasileira e demais órgãos.

Soldado da borracha de 108 anos resiste e espera por seus direitos / Fonte: SINDSBOR

Soldado da borracha de 108 anos resiste e espera por seus direitos / Fonte: SINDSBOR

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Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.

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