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O Amazonas começou, nesta segunda-feira (20/09), a fase de implementação da tafenoquina, medicamento que reduz o tempo de tratamento da malária vivax para três dias, que atualmente dura de sete a 14 dias. Seis unidades da rede pública estadual de saúde na capital passam a receitar o medicamento, juntamente com o teste G6PD, para diagnóstico deste tipo da doença. Manaus e Porto Velho (RO) são as primeiras cidades do mundo a utilizarem esse tratamento.
A cerimônia de implementação do medicamento foi realizada no auditório do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema, na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Com esse tratamento mais rápido, se espera redução dos casos de recaídas que são ocasionadas pelo abandono do tratamento atual por parte do usuário.
Além da FMT-HVD, as cinco unidades da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SES-AM) que passam a implementar o tratamento da malária com tafenoquina são as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales e UPA José Rodrigues, e os Serviços de Pronto Atendimento (SPA) Danilo Corrêa, SPA Zona Sul e SPA Chapot Presvot. A meta é expandir o uso do medicamento para as demais unidades de saúde do Estado e da Prefeitura de Manaus.
Descentralização – A secretária executiva adjunta de Atenção à Urgência e Emergência da SES-AM, Mônica Melo, explicou que a implementação do novo medicamento na rotina da rede de saúde pública no estado ainda vai permitir avançar no trabalho de descentralização do tratamento da malária na capital.
“A gente observou que os pacientes, os usuários, eles procuravam em primeiro lugar a Fundação de Medicina Tropical e a Fundação, além do atendimento a malária, tem uma carta de serviços enormes para atendimento, então a gente começou a organizar a partir do projeto da utilização da tafenoquina, o acesso do usuário para o lugar mais próximo da casa dele, conforme preconizado nas redes de atenção à saúde”, explicou a secretária.
A tafenoquina é um medicamento administrado em dose única, facilitando a adesão do paciente, sendo uma alternativa ao tratamento da malária com primaquina, administrada de sete dias a até 14 dias. A nova droga não exclui o uso associado com cloroquina, que dura 3 dias.
O uso da tafenoquina e do teste G6PD compõem a ação de reorganização da rede de saúde pública, por meio do Programa Saúde Amazonas.
Vantagem – O diretor de Ensino e Pesquisa da FMT-HVD, doutor Wuelton Monteiro explicou que o tratamento mais curto de qualquer doença é o ideal, principalmente para o usuário. “No caso da tafenoquina qual a grande vantagem? O tratamento completo é bem curtinho. Aí as pessoas não vão desistir como faziam com a primaquina. Para qualquer doença, quanto mais curto o tratamento, melhor a adesão. Melhora a efetividade desse tratamento e as pessoas não ficam desistindo. Tratamentos longos são muito difíceis para qualquer paciente”, afirmou Wuelton.
A cerimônia de implementação da tafenoquina teve a presença do secretário de Saúde do Amazonas, doutor Anoar Samad, junto de representantes do Ministério da Saúde (MS), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), das Fundações de Medicina Tropical e de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e das Secretarias Estaduais de Saúde do Amazonas e Roraima e Secretarias Municipais de Saúde de Manaus e Porto Velho.
O representante do MS, Francisco Edilson, coordenador substituto da Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, explicou que o órgão federal trabalha na busca de inovações para eliminação da malária, como a tafenoquina e o teste G6PD. Para ele, a implementação da tafenoquina em Manaus e Porto Velho, vai permitir avaliar a expansão desse tratamento para os outros estados.
Estudo TRuST – O uso do medicamento é resultado do estudo Tafenoquine Roll-oUt STudy (TRuST), conduzido pelo MS e pela Medicines for Malaria Venture (MMV), com objetivo de entender a viabilidade de fornecer um tratamento de cura radical apropriado com base nos resultados do teste G6PD realizado em cenários do mundo real.
A medicação pode ser administrada para maiores de 16 anos que, obrigatoriamente, realizaram o teste de G6PD, uma enzima protetora presente no organismo humano. Pessoas com deficiência na produção dessa enzima podem apresentar reação (hemólise) ao uso de antimaláricos. A testagem irá proporcionar maior segurança e tratamento adequado aos pacientes.
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