Os índios Uru-eu-wau-wau, antigamente conhecido em Rondônia como os “Bocas Negras”, já inspiraram muito terror nos primeiros habitantes de Rondônia.
Texto da FUNAI:
Os Uru-eu-wau-wau, como eram conhecidos os Jupaú, apareceram com frequência na mídia a partir do inicio da década de 1970, quando o avanço da frente expansionista sobre suas terras e os conflitos causados pelas invasões ganharam a atenção dos grandes jornais. A partir de 1980 foram iniciadas as frentes de contato da Funai, para atração e pacificação, mas os conflitos continuaram acontecendo pelo menos até 1985.
Os Uru-Eu-Wau-Wau se autodenominam Jupaú e vivem na Terra Indígena Uru-eu-wau-wau, onde vivem também os Amondawa, os Oro Win (que pertencem à família linguística Txapakura), além de três grupos isolados: Yvyraparakwara, Jururey e um cujo nome é desconhecido. Encontramse distribuídos em 6 aldeias (Limão, Alto Jamari, Linha 621, Linha 623, Aldeia nova e Alto Jaru), nos limites da Terra Indígena, por questões de proteção e vigilância.
Os Jupaú traduzem sua autodenominação como “os que usam jenipapo”. Muitos foram os nomes atribuídos aos esses índios. As denominações Bocas Negras, Bocas-Pretas, Cautários, Sotérios e Cabeça Vermelha, são encontradas na historiografia e estão relacionadas ao espaço geográfico ou a semelhanças culturais e linguísticas dos Jupaú e Amondawa, ou a grupos Kawahib em geral.
Após o contato, no início dos anos 80, ocorreu um decréscimo populacional significativo nesses grupos da região. A população passou de 250, em 1981, para 89 em 1993, particularmente entre o povo Jupaú. Cerca de 2/3 foram eliminados em razão de conflitos e das sucessivas doenças que assolavam as aldeias, principalmente as infecto-respiratórias. Nos anos seguintes a 1993 houve uma pequena retomada no crescimento populacional, em parte pela demarcação, fiscalização e vigilância da TI.
As seis aldeias habitadas pelos Jupaú tinham, em 2015, um contingente populacional de 85 pessoas. Na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau há ainda quatro aldeias habitadas pelos Oro Win, uma dos Amondawa – a aldeia Trincheira – , além de duas barreiras da Fundação Nacional do Índio: Bananeira, da Frente Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau, e Floresta, que foi abandonada pelo órgão.
Por Amadeu Hermes