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8 anos atrásno
Sim, nós tivemos vários representantes durante a segunda guerra mundial! Porém, hoje contaremos exclusivamente sobre o herói amazonense conhecido por Chagas, seu nome completo era Manuel Freitas Chagas. Chagas nasceu em 2 de outubro de 1920 e era filho de Francisco André Chagas e Raimunda Nascimento Chagas. Manuel Chagas havia uma única irmã, Regina, que era mais nova que ele 5 anos.
Ainda criança, Chagas e Regina ficaram órfãos de pai e mãe. Ela foi trabalhar e morar na Santa Casa de Misericórdia enquanto ele foi morar com parentes, na av. Joaquim Nabuco (na Vila Pedrosa), nº 38.
Talvez por não ver perspectivas de melhora de vida em Manaus, Chagas resolveu, quando tinha apenas 17 anos, alistar-se como voluntário, num navio da Escola Militar que aportara em Manaus com aquela finalidade, indo servir no Rio de Janeiro, prometendo à irmã levá-la junto, assim que tivesse condições, porém, isso nunca aconteceu.
Quando estava para dar baixa do Exército, quebrou uma arma e foi obrigado a permanecer mais tempo servindo. No ano seguinte, 1939, teve início a 2ª Guerra Mundial e, é muito provável que ele não tenha mais podido dar baixa, permanecendo na ativa até a entrada do Brasil na guerra, em 1944. Quando os demais amazonenses rumaram para a Itália, Chagas já estava lá, pois havia embarcado no dia 2 de novembro de 1944, no 2º escalão da FEB.
Da classe de 1920, Id. IG-305272, Chagas serviu no 1º Regimento de Infantaria. Em sua biografia, constata-se, sua bravura e ousadia.
“Ex cabo de Infantaria, Manuel Chagas em combate no dia 23 de fevereiro de 1945, nas vizinhanças de La Serra, Itália. O cabo Manuel Chagas mostrou frieza e coragem debaixo de fogo inimigo no cumprimento do dever. Avançando sobre terreno montanhoso, chegou à observação de um ninho inimigo de posição vantajosa. Organizou uma emboscada, conseguiu assaltar o mesmo, logo depois, dois alemães caíram na sua emboscada, os quais foram rapidamente presos. O cabo Manoel Chagas rechaçou todas as investidas e tentativas de socorro e retirando-se debaixo de pesado fogo de fuzis e armas automáticas, trouxe os prisioneiros às linhas amigas. Com o resultado deste feito de bravura, foram obtidas muitas informações sobre posições inimigas“.
Apesar de terem convivido pouco tempo juntos, as cartas de Chagas, da Itália, à irmã, em Manaus, são melancólicas e tristes. As palavras demonstram uma quase incerteza de retorno com vida, embora não quisesse demonstrar isso, tentando apegar-se à irmã como único ponto de segurança. Os lamentos de solidão são constantes.
Ato de bravura – Na manhã de 13 de abril de 1945, em Castel D’Aiano, o então sargento Chagas saiu junto com uma patrulha de reconhecimento rumo ao Monte D’Aiano. Afoito, afastou-se do resto da patrulha e descobriu um ninho de metralhadoras nazistas. Imediatamente voltou ao grupo, informando do acontecimento ao comandante. Sem demora, a patrulha partiu na direção do ninho de metralhadoras e pegou de assalto um grupo de soldados alemães. Mais uma vitória de Chagas.
A morte – No dia seguinte, ainda com a mesma patrulha de reconhecimento, Chagas avistou uma casa abandonada e não titubeou em aproximar-se. Desavisados, dois alemães saíram da casa e foram metralhados por ele. Foi então que o destino se fechou para o amazonense.
Empolgado com a sua sorte, penetrou na casa. Três alemães estavam lá dentro e fuzilaram-no com suas metralhadoras. Ali mesmo Chagas tombou morto. Quando o resto da patrulha chegou ao local, era tarde demais. Monte D’Aiano cairia, em seguida, em mãos brasileiras com a rendição dos soldados alemães.
Chagas foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistoia, na quadra D, fileira 1, sepultura nº 8, marca: lenho provisório, de onde sairia, dez anos depois, rumo ao Rio de Janeiro, para ser enterrado no Monumento aos Pracinhas, junto com os demais combatentes mortos.
Em Manaus, Regina receberia a notícia da morte do irmão através de um vizinho que ouvira no rádio o nome dele incluído na lista dos mortos. Dias depois, receberia o comunicado oficial através de um emissário do Ministério da Guerra.
Hoje, Regina está com 73 anos e, plenamente lúcida, ainda lembra de fatos de sua infância órfã, do irmão indo embora, de suas notícias do Rio de Janeiro e depois da Itália, guardando com carinho todas as cartas recebidas dele, seus diplomas e medalhas de guerra e, emocionada, diz não saber se valeu a pena ele ter ido lutar e morrer pelo país. O único busto do herói que existia em uma das praças de Manaus foi destruído e sumiu, e nenhuma rua leva o seu nome.
Condecorações recebidas
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A obra O Amazonas na 2ª Guerra Mundial – as notícias e a participação do Norte do Brasil é resultado de seis anos de estudos que apresentam uma nova abordagem sobre a Segunda Guerra Mundial, agora analisada através da visão jornalística nacional. Com base nas pesquisas realizadas em acervos públicos e vários jornais do país e do mundo, o livro apresenta, de forma inédita, relatos sobre a situação Europeia no início da Segunda Guerra Mundial entrelaçado ao panorama sócio-cultural e econômico vivenciado em Manaus, sempre com a finalidade de resgatar e apresentar ao leitor, de forma acessível e objetiva, os principais conflitos entre os países envolvidos na Guerra, seus reflexos no contexto político, social, cultural e econômico no Estado do Amazonas.
Post baseado no post do Fabio Leite .
Sou o idealizador do No Amazonas é Assim e um apaixonado pela nossa terra. Gravo vídeos sobre cultura, comunicação digital, turismo e empreendedorismo além de políticas públicas.
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