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2 anos atrásno
No último domingo (18) uma mulher egípcia deu à luz por cesariana à gêmeos siameses com duas cabeças, quatro braços e duas pernas. A operação foi realizada no Hospital Universitário de Mansura, cidade localizada na região do delta do Nilo, a cerca de 120 quilômetros do Cairo.
De acordo com o comunicado de imprensa do hospital egípcio, a operação foi bem sucedida e as crianças foram imediatamente transferidas para uma unidade especializada para estarem preparadas para o possível processo de separação. Os filhotes, no entanto, são unidos por todo o tórax e abdômen e podem compartilhar vários órgãos vitais; neste caso, é improvável que sobrevivam à operação.
A cesariana foi realizada por uma equipe médica especializada do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do hospital egípcio, ao final dos 9 meses normais de gestação. A mãe dos bebês sabia que estava dando à luz gêmeos siameses.
Exames preliminares com ondas sonoras quadridimensionais foram realizados antes da cesariana para avaliar sua condição. Conforme indicado, a cirurgia foi bem-sucedida e as gêmeas foram imediatamente entregues aos cuidados de uma equipe de especialistas para monitorar sua condição particular. Foi realizado pelo Dr. Mohamed Fekry do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia e pelos colegas anestesistas Kholoud Al-Muji e Mohamed Ali. O sexo das crianças não foi divulgado, mas sabe-se que gêmeas siamesas (sempre do mesmo sexo) têm três vezes mais chances de nascerem meninas.
Não se sabe quais órgãos os bebês nascidos no Egito compartilham, mas é possível que tenham apenas um intestino e dois rins, já que do abdômen para baixo resulta o corpo de um único bebê. Durante seu desenvolvimento no útero, os gêmeos siameses são monoamnióticos – ou seja, compartilham um único saco amniótico – e monocoriônicos, ou seja, são sustentados por uma única placenta.
A causa do nascimento de gêmeos siameses reside na falha na separação da placa embrionária (zigoto em desenvolvimento) entre o 15º e 17º dia de gestação ou na fusão de 2 discos amnióticos (zigoto em desenvolvimento) ao nível da coluna vertebral, de tórax, abdome ou pelve na 3ª ou 4ª semana de vida intrauterina. A frequência de nascimentos de gêmeos siameses varia de 1 em 50.000 a 1 em 100.000 nascidos vivos com base na região geográfica, igual a “um caso em 400 gêmeos idênticos”. Sabe-se ainda que 4 em cada 5 casais perdem a vida no útero (28%) ou imediatamente após o nascimento (54%), devido à presença de malformações graves “incompatíveis com a vida”.
No caso dos nascidos vivos, como aconteceu no Egito, sempre que possível é possível proceder a uma cirurgia de emergência para separação ou planejá-la posteriormente, com base na situação clínica e funcional dos bebês.
Antes de proceder à separação, pode-se passar pela reconstrução tridimensional/virtual da anatomia através das imagens coletadas por tomografia computadorizada e ressonância magnética, para saber exatamente onde e como proceder uma vez sob a faca.
Para completar a intervenção, que pode durar muitas horas, é necessária a colaboração de uma vasta equipa multidisciplinar. Conforme especificado, o destino dos bebês nascidos em Mansoura não é conhecido.
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