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Saiba tudo sobre a varíola dos macacos que chegou ao Brasil esta semana! Como surgiu? Como se pega? Há vacina?
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3 anos atrásno
O Brasil confirmou na última quarta-feira (08/06), o 1º caso da varíola dos macacos, chamada de monkeypox, e que está em surto na Europa e na América do Norte. Na América do Sul, além do Brasil, há dois casos confirmados na Argentina. Ainda não houve a confirmação de nenhuma morte nos países não endêmicos.
O surto da varíola dos macacos começou em maio, com casos identificados no Reino Unidos e na Espanha. Além deles, Portugal, Alemanha, França, Holanda, Itália, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Suíça, Irlanda, República Tcheca, Emirados Árabes Unidos, Eslovênia, Marrocos, Hungria, Letônia, Noruega, Finlândia, Israel, México, Austrália, Estados Unidos, Canadá, além do Brasil e Argentina, já registraram casos desde maio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de mil casos foram confirmados nestes países, sem nenhuma morte.
Já na África, apenas este ano foram registrados mais de 1.400 casos no continente, com 66 mortes. Na África, a varíola dos macacos já é endêmica, inclusive a doença surgiu no continente africano há décadas atrás. Até pouco tempo, todos os casos fora da África eram casos importados de viajantes recentes à República Democrática do Congo ou à Nigéria. Os casos reportados em maio de 2022 são os primeiros casos autóctones, cuja via de transmissão ainda não se tem estabelecido ao certo.
COMO SURGIU A VARÍOLA DOS MACACOS?
A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez na década de 50, mais especificamente em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa.
O primeiro caso humano dessa variante foi registrado somente em 1970 no Congo, África. Posteriormente, foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental. Depois de décadas, a varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados.
Entre 2018 e 2021, haviam sido relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. No dia 15 de maio deste ano, outros quatro casos foram confirmados pelo governo britânico, os quais apresentaram lesões na pele. No dia 18, a agência de saúde do Reino Unido informou mais dois casos. Porém, nenhum deles havia viajado para países da África, ou tido contato com pessoas de lá, indicando uma possível transmissão comunitária da doença.
Varíola dos macacos é semelhante à varíola que já foi erradicada, mas menos severa e menos infecciosa.
SOBRE O VÍRUS
A varíola dos macacos é causada por um vírus que pertence ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae, e pode ser transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação (o tempo decorrido entre a exposição e a manifestação da doença) da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.
Existem duas linhagens do vírus da varíola dos macacos, com diferentes níveis de gravidade: a da África Ocidental e a da Bacia do Congo (África Central). As infecções humanas com a da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação à da Bacia do Congo, segundo a OMS. Ainda segundo o órgão, a linhagem menos grave é a que tem causado surdo nos países neste ano.
Os países endêmicos da varíola dos macacos são: Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificado apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.
COMO É O CONTÁGIO DA VARÍOLA DOS MACACOS
De acordo com a OMS, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas expelidas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
CASOS EM HOMENS GAYS
A varíola dos macacos está afetando principalmente homens mais jovens, dizem autoridades de saúde da Inglaterra. Embora qualquer pessoa possa contrair o vírus, a maioria dos casos na Inglaterra são em homens gays, bissexuais ou que fazem sexo com homens (HSH). Mas cientistas ainda tentam entender por quê.
“A varíola dos macacos pode afetar qualquer pessoa, mas sabemos que muitos dos diagnósticos mais recentes são em gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, muitos dos quais vivem ou têm ligações para Londres”, disse o professor Kevin Fenton, diretor-regional de saúde pública de Londres.
“Estamos lembrando a todos os sintomas da varíola dos macacos, e especialmente os homens gays e bissexuais em particular, que estejam especialmente atentos e procurem aconselhamento médico imediatamente se tiverem preocupações”, disse.
SINTOMAS DA VARÍOLA DOS MACACOS
Segundo a OMS, os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formar uma crosta, que depois cai.
Os sintomas da varíola dos macacos podem ser leves ou graves, e as lesões na pele podem ser pruriginosas ou dolorosas. Segundo o Instituto Butantan, casos mais leves de varíola podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa. “É provável que haja pouca imunidade à infecção naqueles que viajam ou são expostos de outra forma, pois a doença endêmica geralmente é limitada a partes da África Ocidental e Central”.
Ainda segundo a OMS, passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresenta pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica.
Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.
Varíola do macaco já se espalhou para pelo menos 30 países.
VACINA CONTRA A VARÍOLA DOS MACACOS
Historicamente, a vacinação contra a varíola comum mostrou ser protetora contra a varíola dos macacos. Embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis e populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas. No Reino Unido, a vacina contra varíola está sendo oferecida às pessoas de maior risco.
O ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, afirmou na última segunda-feira (06/06), que o país terá vacinas para combater a varíola dos macacos “se houver necessidade”. “Não é uma vacina igual a usada no passado para varíola, mas é uma vacina de vírus inativo não replicante. Trabalhamos em parceria com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Se houver necessidade, teremos vacina para aplicar no público-alvo, que são profissionais de saúde com contato direto com pacientes”, explicou o ministro.
CASOS NO BRASIL DE VARÍOLA DO MACACO
O primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil foi confirmado nesta quarta-feira (08/06), na cidade de São Paulo. O paciente, um homem de 41 anos que viajou à Espanha, segundo país com o maior número de casos da doença, foi colocado em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital.
Em nota divulgada nesta quarta (08/06), o Ministério da Saúde informou que oito casos estão em investigação em todo o país. Segundo a pasta, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo têm um caso suspeito cada um, e há ainda dois casos em monitoramento em Rondônia e outros dois em Santa Catarina.
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